Um dos maiores desafios ao utilizar métodos ágeis em empresas com uma cultura tradicional de gestão é o empoderamento das equipes. O empoderamento é de extrema importância para que as equipes alcancem a tão desejada "auto-organização". Quando falamos de times auto-organizados, não estamos sugerindo que as pessoas podem fazer o que quiserem ou que a figura do gerente seja eliminada. Estamos, na verdade, falando de uma mudança que busca reduzir a hierarquia e a tradicional relação de comando e controle. O que é o Management 3.0? O Management 3.0 é uma abordagem, acompanhada de uma coleção de jogos, ferramentas e práticas em constante evolução, projetada para ajudar profissionais a gerenciar organizações de forma mais eficaz. Ele é organizado em seis visões: Energizar Pessoas: Reconhece que as pessoas são o ativo mais valioso de uma organização, e os gestores devem esforçar-se para mantê-las ativas, criativas e motivadas. Empoderar Equipes: Promove a ideia de que as equipes podem se auto-organizar, desde que haja confiança e consentimento da gestão. Alinhar Restrições: Reconhece que a auto-organização pode levar a diversas direções, e, portanto, é necessário proteger as pessoas, compartilhar recursos e definir metas claras. Desenvolver Competências: Destaca a importância de melhorar as habilidades dos membros da equipe, pois equipes só podem atingir seus objetivos quando seus membros são competentes. Crescer a Estrutura: Reconhece que muitas equipes operam em um contexto organizacional complexo, enfatizando a necessidade de estruturas que favoreçam a comunicação. Melhorar Tudo: Reforça a ideia de que pessoas, equipes e organizações devem buscar a melhoria contínua para evitar o fracasso. Agora que definimos o que é o Management 3.0 e sua estrutura, vamos explorar como a delegação e o empoderamento das equipes se encaixam nesse contexto. Como Management 3.0 pode ajudar na delegação e no empoderamento. Quando falamos de auto-organização, não estamos falando de total anarquia, mas sim da liberdade que as equipes precisam para organizar o trabalho e gerar valor em seus resultados, enquanto desfrutam do processo. No Management 3.0, a delegação não é vista como um simples ato binário de "delegar" ou "não delegar", mas sim como um processo contínuo e evolutivo, dividido em sete níveis: "Dizer", "Vender", "Consultar", "Concordar", "Aconselhar", "Perguntar" e "Delegar". Dizer: O gestor dá ordens sem delegar responsabilidades. Vender: O gestor toma decisões, mas busca o comprometimento da equipe. Consultar: O gestor consulta a equipe antes de tomar uma decisão, mas a decisão final ainda é dele. Concordar: O gestor convida a equipe a discutir e chegar a um consenso. Aconselhar: O gestor expressa sua opinião, influenciando a equipe, mas permite que ela tome a decisão final. Perguntar: A equipe toma a decisão e comunica ao gestor. Delegar: A equipe assume total responsabilidade pela decisão. Para iniciar o processo de delegação, são utilizadas práticas como o "Delegation Poker" e o "Delegation Board", que estabelecem níveis de delegação de forma transparente. Delegation Poker e Delegation Board Essas ferramentas são fundamentais para envolver a equipe no processo de delegação e criar um relacionamento de responsabilidade claro entre o que está sendo delegado e os resultados esperados. Além disso, a delegação não é uma ação única, mas sim um processo contínuo que evolui com o tempo. Segue um exemplo de Delegation board: A nível de Linha, teremos os itens a serem delegados.
Na coluna, teremos os níveis de delegação. Na célula, o nível de delegação associado a cada item Para utilizar essas ferramentas na prática, siga os seguintes passos:
O Management 3.0 desafia a abordagem tradicional de gestão, tornando as organizações mais flexíveis e adequadas para a adoção de metodologias ágeis, como o Scrum. É uma mudança de paradigma que enfatiza a importância das pessoas e do desenvolvimento contínuo. Grande Abraço e até breve. Para Ler outros artigos acesse o blog da DC-DinsmoreCompass Referências: · Appelo, Jurgen. Managing for Happiness: Games, Tools, and Practices to Motivate Any Team. 26 jun 2016 · Appelo, Jurgen. Management 3.0: Leading Agile Developers, Developing Agile Leaders · https://management30.com/practice/delegation-board/ Quer conhecer mais sobre práticas do Management 3.0? Participe de um de nossos Workshops e aprofunde seu conhecimento sobre Management 3.0: www.sympla.com.br/evento-online/management-3-0-foundation-workshop-oficial-nov/2167098 Autor: Daniel Nunes
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Sustentabilidade aplicada ao gerenciamento de projetos: como garantir que essa dupla funcione?28/9/2023 Você sabe qual é a importância de, hoje em dia, adotar práticas sustentáveis no gerenciamento de projetos? Adotando as ferramentas e técnicas adequadas para gerenciar projetos (ágil, híbrido ou preditivo) você investe nas práticas mais modernas de gestão e se destaca, sabia?
O conceito de sustentabilidade é um dos mais difundidos atualmente. Ele está relacionado à necessidade de usar adequadamente os recursos disponíveis. Se bem alinhados, os princípios e ferramentas de gestão de processos e sustentabilidade trazem resultados melhores e influenciam todo o ecossistema ao redor da empresa. A seguir, vamos entender como o gerenciamento adequado de projetos, aliado à sustentabilidade, beneficia as empresas! 5 pontos a considerar no momento de aliar gerenciamento de projetos a sustentabilidade O foco no “tripé da sustentabilidade”, ou seja, nos pontos que o ESG prega (Meio Ambiente, Sustentabilidade e Governança) não pode ter o objetivo apenas de trazer lucros, mas, sim, desenvolver resultados do ponto de vista social, econômico e ambiental. Veja alguns benefícios da união entre gerenciamento de projetos e sustentabilidade: 1. Redução dos desperdícios De forma objetiva, isso significa não gastar matéria-prima ou suprimentos de maneira desnecessária. Entretanto, os resultados vão mais além. Como fazer na prática? Planeje adequadamente toda a logística do empreendimento de forma a otimizar deslocamentos de veículos (menor consumo de combustível fóssil). Eliminar ou reduzir uso de descartáveis como copos e pratos. Atitudes adequadas e uma metodologia eficiente reduzem as chances de desperdícios em todas as frentes e maximiza as chances de sucesso do projeto. 2. Aproveitamento mais inteligente de recursos Quando o uso de recursos é consciente e bem planejado, há uso racional de dinheiro, capital humano e recursos que geram impactos ambientais. Isso se reflete em todo o projeto, incluindo cronograma e orçamento, ajudando a organização a alcançar a sustentabilidade econômica. Neste ponto, muitos projetos envolvem toda uma cadeia de fornecedores que devem fazer parte da equação de sustentabilidade, otimizando eles próprios o uso dos recursos. E devem explicitar estas ações para a gestão do projeto que irá acompanhar estes usos e verificar o nível de compliance/ governanças as boas práticas de sustentabilidade dos projetos. 3. Menos impactos socioambientais Quando a empresa foca em minimizar ou compensar as consequências de suas atividades, menores são os impactos causados por ela no ambiente e na comunidade. Além disto, incluir a sociedade neste debate é fundamental para maior eficácia nas ações planejadas. 4. Mais qualidade geral A preocupação com o uso consciente dos recursos traz benefícios em várias frentes, inclusive com o público. Com essas ações sustentáveis voltadas ao gerenciamento de projetos, cria-se uma relação positiva com o público, parceiros e fornecedores, gerando mais fidelização. 5. Busca por certificações verdes Ações consistentes voltadas ao tema “sustentabilidade” permitem que a organização busque as certificações verdes. Isso agrega mais valor às operações e à imagem da empresa. Neste sentido, cresce a necessidade de conhecer os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ou ODS. Essa sigla soa conhecida para você? Em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), composta por 193 Estados-membros da ONU definiu metas mundiais para que ‘ninguém no mundo fosse deixado para trás’. Partindo de quatro principais dimensões: social, ambiental, econômica e institucional, os ODS defendem que é necessário levar o mundo a um caminho sustentável com medidas transformadoras. Assim, foram definidos 17 objetivos e 169 metas globais interconectadas, a serem atingidos até 2030 – a , como ficou conhecida, “Agenda 2030”. Conhecendo os ODS, o gerente de projeto potencializa a sua liderança em prol de projetos e sociedade mais sustentáveis. Seguem alguns dos ODS mais relacionados ao desenvolvimento de projetos: · 09 – Indústria, inovação e infraestrutura: construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação. · 11 – Cidades e comunidades sustentáveis: tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. · 12 – Consumo e produção responsáveis: assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. · 13 – Ação contra a mudança global do clima: tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos. · 14 – Vida na água: conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares, e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. · 15 – Vida terrestre: proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da Terra e deter a perda da biodiversidade. · 17 – Parcerias e meios de implementação: fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. Embora não exista uma fórmula pronta para aplicar a sustentabilidade ao gerenciamento de projetos, é importante, antes de tudo, transformar a forma com que as pessoas enxergam a execução de projetos. Um mito histórico é associar sustentabilidade como custo adicional, tipicamente pela ausência de gerenciamento de valor. Vale muito reforçar a cultura da empresa e as boas práticas que devem ser aplicadas, usando sempre a tecnologia a seu favor! Autor: Werther Krause Sabia que o Brasil ocupou o 51º lugar no ranking mundial de empatia, de acordo com uma pesquisa publicada pela Universidade Estadual de Michigan (EUA), em 2016, e que considerou apenas 63 países?
O povo brasileiro tem “a fama” de ser alegre e simpático. Temos muitas qualidades, mas como mostrou a pesquisa, a empatia não é tão comum entre nós. A comunicação empática desempenha um papel fundamental na melhoria da produtividade em diversos contextos, seja no ambiente de trabalho, nas relações pessoais ou em qualquer interação social. Ela aumenta a satisfação dos colaboradores e traz melhores resultados. A transformação digital e a mudança nos padrões de consumo trouxeram novas oportunidades de exercitar a escuta ativa e a capacidade de se colocar no lugar do outro. Que tal conhecer algumas formas de exercitar a comunicação empática e colocá-la em prática no seu dia a dia? A seguir, trazemos algumas dicas! O que é uma comunicação empática? Uma comunicação feita com empatia é aquela baseada na prática de se colocar no lugar do outro. Aqui, é preciso compreender as vulnerabilidades, necessidades e motivações do cliente, colaborador ou parceiro de negócios. Para que isso aconteça de forma natural, é imprescindível que a empresa adote uma cultura organizacional com foco em empatia, fazendo com que um entenda a “dor” do outro e como ela pode afetar seu dia a dia. Outro ponto importante é ser assertivo, dando ênfase à objetividade e à rapidez. Se você não for capaz de responder um assunto, diga que vai pesquisar antes de dar uma resposta completa. Como funciona a comunicação empática? A Harvard Business Review, em seu artigo “O que é empatia?”, segmentou o conceito de comunicação empática em 3 fases:
Para exercer a comunicação empática, é necessário que uma pessoa consiga aplicar cada uma dessas fases em momentos específicos. Também chamada de comunicação não-violenta, a comunicação empática revoluciona a forma com que uma empresa lida com seus clientes e colaboradores e se baseia em quatro princípios:
Quais os benefícios da comunicação empática? A comunicação empática envolve a capacidade de compreender e se conectar com os sentimentos, pensamentos e perspectivas dos outros de uma maneira genuína e respeitosa. Quando se trata de produtividade, a comunicação empática pode ter vários benefícios: Construção de Relacionamentos: A comunicação empática ajuda a construir relacionamentos mais fortes e saudáveis. Quando as pessoas se sentem ouvidas e compreendidas, elas tendem a se engajar mais no processo de colaboração, o que, por sua vez, melhora a coesão da equipe e a eficácia na realização de tarefas. Resolução de Conflitos: Conflitos e mal-entendidos são inevitáveis em qualquer ambiente. No entanto, a comunicação empática pode ajudar a minimizar essas questões, permitindo que as pessoas expressem suas preocupações e pontos de vista sem medo de julgamento. Isso pode levar a soluções mais eficazes e evita que os conflitos atrapalhem a produtividade. Colaboração Melhorada: A comunicação empática incentiva a colaboração e a troca de ideias entre as pessoas. Ao ouvir ativamente as contribuições dos outros e demonstrar interesse genuíno por suas perspectivas, é mais provável que as equipes trabalhem juntas de maneira mais harmoniosa e gerem resultados produtivos. Redução do Estresse: Ambientes de trabalho onde a comunicação empática é valorizada tendem a ser menos estressantes. Quando as pessoas se sentem apoiadas e compreendidas, a ansiedade e o estresse podem diminuir, permitindo que os indivíduos se concentrem melhor em suas tarefas e sejam mais produtivos. Feedback Construtivo: A comunicação empática é essencial ao dar e receber feedback. Quando as avaliações são feitas de maneira respeitosa e orientada para o crescimento, os colaboradores estão mais dispostos a ouvir e aplicar as sugestões de melhoria, o que contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional. Inovação: A empatia pode fomentar a criatividade e a inovação. Ao compreender as perspectivas dos outros, as equipes podem explorar diferentes ideias e abordagens, o que pode levar a soluções originais e criativas para os desafios. Motivação e Engajamento: Quando as pessoas se sentem valorizadas e compreendidas, é mais provável que se envolvam de maneira mais entusiástica em suas tarefas e projetos. Isso leva a um aumento na motivação intrínseca e, por consequência, a uma maior produtividade. Por que a comunicação empática impacta na produtividade? A comunicação empática contribui significativamente para a produtividade, promovendo relações mais saudáveis e colaborativas, reduzindo conflitos e estresse, facilitando a troca de feedback construtivo e estimulando a inovação. O Relatório Zendesk de Tendências em CX mostra que, para mais de 30% das pessoas que responderam a pesquisa, ter um agente de suporte amigável é um dos fatores responsáveis por uma boa experiência de atendimento. Segundo a PwC, 36% dos brasileiros pagariam mais por um atendimento amigável e acolhedor, enquanto mais de 60% dos brasileiros listaram “atendimento hostil” como razão para se afastarem de uma marca. O mesmo funciona com a produtividade. Você se sente melhor e mais satisfeito em uma empresa que entende sua rotina, desafios e dificuldades ou em uma companhia que só foca em resultados e cobranças? Integrar a empatia na forma como nos comunicamos pode resultar em ambientes mais eficazes e eficientes, nos quais as pessoas se sentem valorizadas e motivadas a contribuírem de maneira mais produtiva. Portanto, a aplicação da comunicação empática, mais do que um diferencial, se tornou, atualmente, uma verdadeira necessidade para quem deseja reter talentos e conquistar os melhores profissionais do mercado. |
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