Há cerca de dois anos, fui convidado para uma palestra sobre tendências do Gerenciamento de Projetos, com a presença de empreendedores e empresários de pequenas e médias empresas. Quando abordei a gestão do conhecimento em projetos, todos concordaram com a importância de reter o conhecimento adquirido em projetos passados. No entanto, apenas 15% dos participantes tinham implantado algum sistema de armazenamento de lições aprendidas.
Essa situação reflete a realidade corporativa nacional. Peter Drucker, ao cunhar o termo "trabalhador do conhecimento" no século XX, destacou a importância dos profissionais que "vendem" inteligência. Em setores como construção civil, arquitetura, marketing, pesquisa e desenvolvimento, e tecnologia da informação, o capital intelectual é o maior patrimônio e diferencial competitivo das empresas. Imagine uma construtora brasileira que ganha uma licitação no Oriente Médio, enfrentando desafios inéditos. Poucos anos depois, a mesma empresa ganha outro projeto semelhante em um país vizinho. O conhecimento adquirido no primeiro projeto tem um valor financeiro incalculável, pois evita a repetição de erros. No entanto, se os principais responsáveis pelo primeiro projeto saíram da empresa e não houve retenção do conhecimento, os mesmos erros podem ocorrer novamente, prejudicando a empresa. Esse paradoxo é comum nas corporações nacionais. Executivos reconhecem a importância de armazenar o conhecimento tácito, mas há uma letargia em viabilizar recursos para sistemas de gestão do conhecimento. Esses sistemas não precisam ser grandes e caros; qualquer iniciativa que armazene conhecimentos adquiridos e os torne acessíveis no futuro atende ao propósito. Iniciar um processo de gestão do conhecimento não é simples. Pode haver resistências dos colaboradores em compartilhar o conhecimento adquirido, seja por discordância, aborrecimento ou medo. No entanto, as lideranças corporativas devem superar essas resistências, pois a inteligência adquirida deve ser mantida, mesmo que os trabalhadores sejam transitórios. Seus clientes e finanças agradecem. Artigo desenvolvido por Ramiro Rodrigues
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Fevereiro 2025
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