O conceito de gestão de valor tem ganhado relevância à medida que as organizações buscam maximizar o retorno gerado por seus projetos e produtos. Parte da materialização desse conceito se faz com a implantação de um VMO (Value Management Office) e suas práticas. Essa abordagem se torna ainda mais pertinente quando consideramos a coexistência de métodos tradicionais e ágeis de gestão de projetos e produtos. Este artigo busca explorar as diferenças do gerenciamento de valor, levando em conta essas duas perspectivas metodológicas.
Os métodos tradicionais de gestão de projetos, caracterizados por uma abordagem sequencial e preditiva podem se beneficiar da implantação de um VMO, principalmente na fase inicial de concepção do projeto. Isso se deve ao fato de que o VMO pode fornecer um framework estratégico para a definição de objetivos, o alinhamento de expectativas e a garantia de que os recursos serão utilizados de maneira eficiente para maximizar o valor entregue ao negócio. Nesse cenário, o VMO atua como um catalisador para a implementação de práticas de gestão que enfatizam a entrega de valor, a otimização de recursos e a eficiência operacional. Também deve monitorar o projeto ao longo de sua execução, para garantir que o valor planejado esteja sendo alcançado. Enquanto isso, organizações que aplicam métodos ágeis de gestão de produtos enfocam a flexibilidade, a adaptabilidade e a entrega contínua de valor. A implantação de um VMO e suas práticas em um ambiente ágil pode ser mais dinâmica, ocorrendo desde o momento em que a organização possua compreensão de seus processos e esteja pronta para dar um passo adiante na otimização de valor. Neste caso, o VMO aprimora a visibilidade dos resultados dos projetos, facilita a tomada de decisão baseada em valor e promove uma cultura de melhoria contínua e inovação. O momento adequado para a atuação de um VMO, portanto, depende em grande parte da maturidade organizacional e do contexto metodológico. Em ambientes onde a gestão tradicional predomina, o VMO deve ser introduzido como parte da estruturação inicial do processo de gestão de projetos, servindo como uma ponte para uma gestão mais estratégica e orientada a valor. Em contraste, em ambientes ágeis, a implantação do VMO pode ser mais eficaz quando a organização já tem uma prática ágil estabelecida e busca aprimorar a geração de valor através da otimização de seus processos e da alavancagem de insights estratégicos. Independentemente do método de gestão adotado, é crucial que a implantação do VMO seja acompanhada de uma mudança cultural dentro da organização. O sucesso de um VMO não se resume à implementação de ferramentas ou processos; ele requer a adoção de uma mentalidade que valoriza o alcance do sucesso em termos de valor entregue ao negócio e ao cliente final. Isso implica em: · colaboração estreita entre equipes; · transparência na comunicação; e · uma abordagem proativa de gestão dos riscos. A implantação de um Value Management Office representa uma estratégia poderosa para organizações que buscam maximizar o valor gerado por seus projetos e produtos. Seja em um contexto de métodos tradicionais ou ágeis, o foco na gestão do valor e práticas relacionadas, deve ser implantado, por meio de mudança cultural na organização, levando em conta sua maturidade organizacional e cultura. Referências bibliográficas: 1. Kaplan R, MacLean C, Dresner A, et al. Health care providers need a value management office. December 2, 2015.Available from: https://hbr.org/2015/12/health-care-providers-need-a-value-management-office. [Accessed December, 11, 2020]. 3. M.E. Porter, E.O. Teisberg. Redefining Health Care: Creating Value-Based Competition on Results. Harvard Business Press, Boston, MA (2006 Marco Valadares
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Setembro 2024
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