Antes de se entrar na discussão de métodos e frameworks ágeis que devemos seguir, é importante que se tenha uma discussão e entendimento da base de fundamentação sobre agilidade organizacional. O termo agilidade veio do esporte Agility, que é um esporte praticado por duplas compostas de um cão e seu condutor. As regras iniciais foram baseadas no hipismo. O objetivo é terminar a prova sem cometer infrações e no menor tempo possível, tornando assim o agility uma prova de Habilidade, onde a Velocidade é critério decisivo de desempate. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Agility) Primeiro ponto a se desmistificar é o de que agilidade não é simplesmente fazer ou entregar algo mais rápido, e sim, ter a habilidade de se antecipar aos obstáculos e desafios, buscando o mais cedo possível se adaptar aos novos cenários, evitando-se delays e retrabalhos, de forma flexível e adaptável as mudanças. Seguindo esse conceito e os princípios do Manifesto Ágil (Software), que a maioria dos frameworks e modelo ágeis são definidos, como por exemplo SCRUM e XP. No entanto, o Mercado tem confundido métodos ágeis com agilidade organizacional. Organizações ágeis "abraçam" mudanças, movendo-se de forma rápida, decisiva e eficazmente para antecipar, iniciar e aproveitar a mudança, mas permanecem robustas o suficiente para absorver quaisquer contratempos, mantendo sempre o foco no cliente Realizar uma transformação ágil é algo mais profundo que envolve fatores como cultura organizacional e valores da Organização e impacta e é impactada por todas as áreas da organização. A transformação ágil, assim como a transformação digital, passam inevitavelmente por uma transformação de negócios e/ou organizacional. Não é o foco desse artigo, mas apenas para contextualizar, quando se fala em transformação de negócios falamos de fatores como os apresentados no quadro abaixo, produto do BTM2 – Business Transformation Management Methodology. Uma vez que a organização esteja decidida por iniciar um processo reestruturante como esse, o próximo passo é pensar em onde se quer chegar e como começar. E não sendo diferente de um desenvolvimento do indivíduo, deve iniciar a sua jornada com o autoconhecimento, Valores, Princípios e Cultura. Essa última pode ser considerada o alicerce que sustentará ou impedirá todo o processo de atingimento do resultado. A organização precisará, se já não possui, obter uma Sólida Cultura Organizacional, onde os colaboradores sentem conexão com os objetivos estratégicos da Organização, todos conhecem a Estratégia, cada time está alinhado com pelo menos um dos objetivos estratégico e entregas individuais estão alinhadas com os objetivos do time. Cultura deverá ser obcecada pelo cliente! - (Maior Valor Agregado = Benefício) Uma vez que se tenha essa cultura solidificada é o momento de avaliar Cultura/Estrutura Organizacional X melhores práticas de escalabilidades ágeis existentes. Uma breve análise sobre as principais práticas de escalabilidade ágil X cultura da organização, com foco de adaptabilidade ao modelo: Nos extremos temos DAD e Spotify:
Disciplined Agile Delivery (DAD): É indicado para organizações com formação hierárquica bastante tradicional e que tem forte valorização de processos como ISO, CMMI entre outros. Permite manter um ambiente hibrido, possibilitando introdução de boas práticas ágeis. Não incentiva a mudança de mindset da empresa para ágil de forma rápida, mas traz ganhos e pode ser um inicio para se ter uma fundação para a mudança desejada. Spotify: Tem sido o grande boom do momento, mas de fato poucas empresas possuem as características das premissas dessa proposta de modelo, pelo menos purista. Nasceu e tem como objetivo ser utilizado por empresas totalmente flat, que os times atuam de forma fortemente colaborativa, com nível quase zero de hierarquia. Tanto que é a proposta de escalabilidade que não possuí um framework ou receita única em relação a processos a serem seguidos. Esses devem ser construídos pelos times. Muito indicado para startups. No meio do caminho, intermediário as organizações de culturas extremas, temos Kanban, LeSS, Nexus e SAFe. SAFe tem sido o modelo mais amplamente utilizado nas organizações, trazendo na sua maioria bons resultados. Mas tenho visto também muitas vezes um uso indiscriminado sem uma análise prévia do tipo de organização, como também algumas más interpretações de conceitos. Como toda a implantação de algo novo, devemos sempre olharmos para dentro, autoconhecimento, e buscarmos alternativas que sejam aderentes a mudança desejada, sendo muitas vezes um misto de boas práticas de vários modelos. Se você está em busca de um apoio nessa sua jornada, nós podemos lhe ajudar para que encontre o seu melhor caminho, Visite o site da Aleia Transformações de Negócios. Artigo originalmente publicado no linkedIn por Carla Krieger.
0 Comentários
O seu comentário será publicado depois de ser aprovado.
Deixe uma resposta. |
Categorias
Tudo
Histórico
Setembro 2024
|