Como responder aos desafios dos cenários de negócios ágeis e globalizados? Será que adotar o pensamento estratégico e trabalhar as capacidades de solucionar problemas atípicos basta? Nesse contexto, surge o termo Adhocracia, que nada mais é do que uma forma de administrar esses problemas com envolvimento horizontal da organização.Os problemas atípicos das organizações ignoram as linhas burocráticas convencionais. Enquanto as energias da organização burocrática são exercidas na direção vertical aparecendo “canais apropriados” para tratar cada tipo de problema, a mudança exige um esforço horizontal, com participação múltipla de várias áreas.
Desta forma, cada problema específico é tratado circunstancialmente, ou, segundo uma expressão latina, “ad hoc”. Daí surgiu o termo Adhocracia! O modelo organizacional ágil dá primazia à ação enquanto melhora a velocidade e a qualidade das decisões que mais importam. Quer saber mais sobre a Adhocracia e como ela pode ajudar na gestão de empresas ágeis? Olha só! Como a Adhocracia pode ser empregada ao dia a dia das empresas Warren Bennis, em meados dos anos 60, comentava: “nas organizações, há necessidades de sistemas adaptáveis e temporários, voltados à resolução de problemas e formados por diversos especialistas reunidos, num fluxo orgânico.” Peter Drucker, nos anos 70, escrevia: “toda empresa – toda instituição – sempre usou equipes “ad hoc” não recorrentes. É preciso transformar este trabalho em equipe em um princípio da estrutura permanente.” Em outras palavras, ele dizia que era preciso administrar a Adhocracia. Infelizmente, nas escolas de Administração, a Adhocracia tem sido praticamente ignorada. E, por isso mesmo, fica difícil implementar esse modo de gestão, que exige um conjunto de habilidades que vão muito além de um simples treinamento. Apenas o envolvimento das lideranças, uma mudança de cultura e a participação em equipes de projeto promoverá o tipo de comportamento ideal para a implantação da Adhocracia. A Adhocracia também tende a usar formas mais flexíveis de governança, de modo que podem ser criadas e fechadas muito rapidamente, de acordo com a natureza da oportunidade. Ao enfatizar a experimentação, a motivação e a urgência, a adhocracia fornece um complemento necessário para o progresso em análises avançadas (analytics) e em aprendizado de máquina (machine learning), que automatiza decisões anteriormente tomadas por meio de abordagens mais burocráticas. Especificamente, vemos a adhocracia como um modelo organizacional que maximiza o retorno de uma empresa na resolução de cada desafio estratégico, seja um problema ou uma oportunidade de negócios. Vamos analisar as equipes de projetos bem dirigidas, pois possuem vários atributos que a transformam na organização ideal para promover mudanças. Como fazer isso?
Segundo Peter Drucker: “algumas pessoas argumentam que a burocracia deveria ser destruída”. A questão não é eliminar uma ou outra, já que ambas são necessárias. As equipes ad Hoc e seus projetos são temporários, mas, a Adhocracia, ou seja, uma administração por projetos, pode ser permanente, tanto quanto a burocracia. O modelo organizacional certo, entretanto, geralmente varia de acordo com o ambiente de negócios no qual uma empresa (ou parte dela) compete. A burocracia ainda tem mérito em ambientes altamente regulamentados e com prioridade na segurança. A Adhocracy está bem alinhada com as necessidades de start-ups e empresas que operam em ambientes de rápida mudança. O modelo apropriado também varia por função, sendo mais provável que a área de conformidade seja uma burocracia, enquanto a área de produtos digitais adote uma adhocracia. Administração por projetos ou como administrar a Adhocracia O conceito de administração de projetos surgiu a partir dos grandes empreendimentos executados pela NASA, na década de 60. A partir da década de 70, este novo corpo de doutrina administrativa chegou ao Brasil, sendo aplicado aos grandes projetos de engenharia, envolvendo, principalmente, obras de infraestrutura e plantas industriais. A partir da década de 80, a gestão de projetos passou a ser utilizada nas empresas como forma ideal de gerenciar um leque de atividades realizadas de forma adhocrática. Servem como exemplo de aplicação: • Planejamento Estratégico; • Marketing; • Desenvolvimento de Sistemas; • Mudança Organizacional; • Solução Criativa de Problemas; • Qualidade Total / ISO 9000. Mas o que vem a ser um projeto? Um projeto é um esforço concentrado, um empreendimento, tendo uma “vida”, com princípio e fim, dirigido por pessoas e com o objetivo de atingir metas estabelecidas, buscando otimizar os parâmetros de escopo, prazo, custo, qualidade e risco. Um projeto é um sistema Sócio-Técnico. A integração entre os vários componentes deste sistema, em última analise, é uma integração entre pessoas, entre os diferentes atores que interagem neste sistema: os clientes, os fornecedores, a equipe do projeto e os departamentos da organização onde o projeto está sendo realizado. Os instrumentos fundamentais para promover esta integração são o planejamento e a comunicação, que devem ser habilmente conduzidos pelas lideranças dos projetos. Muitas organizações evoluíram na implementação de escritório de projetos corporativos visando a realização do planejamento estratégico. Contudo, seguiram o modelo muito próximo ao burocrático, com regras rígidas e padronizadas, onde cada iniciativa deveria seguir em conformidade com estas regras. Certamente esta abordagem trouxe muitos avanços na performance organizacional. Adhocracia e agilidade A agilidade organizacional vem evoluindo de longa data. Desde a década de 50 organizações vem estudando os princípio de processos e operação enxuta (Lean Operation), cujas práticas ficaram famosas a partir do Modelo Operacional da Toyota na década de 60. Kanban, muito utilizado nos projetos ágeis atualmente vem deste modelo. As prática de Design Thining, um grande elemento de inovação na agilidade, emergiu na década de 70 e iniciou sua expansão na década de 90. O SCRUM iniciou na década de 80 já contemplando algumas práticas já em uso no desenvolvimento de software. Após o lançamento do Manifesto Agile em 2001 observou sua franca expansão. Além disto, ao longo deste tempo outras práticas foram desenvolvidas tais como Circulo da Qualidade, Centros de competências e Equipes de Alta performance. A soma de todas estas práticas em conjunto com a transformação digital vem promovendo a evolução organizacional para um modelo ágil (business agilitty) Este modelo se baseia em times ágeis que se orientam por projetos e pelo desenvolvimento contínuos de produtos e serviços digitais inovadores. No momento que as empresas iniciam a busca por escalar a agilidade, temas como fluxos de valor (value stream) e organização em rede (network organization) assumem um papel relevante. De certa forma, ao escalar a agilidade, as organizações buscam sistematizar os eventos ad hoc, ou a adhocracia. A sistematização da adhocracia se baseia em princípios com intensa colaboração entre os times e entre equipes, biblioteca de processos e tomadas de decisão distribuída nos times. Por outro lado, a burocracia está baseada em regras rígidas, formulários pré definidos, workflows específicos e com tomadas de decisão mais centralizadas. Ao constituir uma organização em rede, a empresa está sistematizando a solução horizontal de problemas complexos e que demandam um reduzido tempo de resposta. Assim, as organizações que desenvolveram há mais tempo modelo orientado a projetos tendem a ter maior adaptabilidade a uma organização ágil e com presença da adhocracia no seu modelo organizacional. Gostaria de explorar mais este tema da adhocracia? Solicite contato e venha conversar conosco na DC-DINSMORECOMPASS
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