Hoje a agilidade desperta muito interesse onde os seus benefícios são reconhecidos. Contudo, evoluir para um modelo operacional ágil não é trivial, especialmente para empresas estabelecidas. Existem várias jornadas para a agilidade, com muitos pontos de partida distintos, mas todas as transformações ágeis bem-sucedidas têm em comum alguns elementos que iremos explorar neste artigo.
Organizações tradicionais são construídas derivadas de uma hierarquia estrutural estática, com silos isolados. Este modelo evoluiu por décadas e se mostrou muito eficiente no contexto de mercado relativamente estável e excessivamente regulado. O advento concomitante de diversos fatores alterou este cenário profundamente. Alguns destes fatores podemos citar o amadurecimento simultâneo de múltiplas tecnologias que isoladamente ampliaram as possibilidades de atendimento às necessidades dos clientes e promoveram o surgimento de novos modelos de negócio. E que integradas levam às soluções de produtos e serviços a patamares altamente disruptivos. Em paralelo, vem acontecendo em diversos setores um processo de mudanças significativas no ambiente regulatório, abrindo muitas janelas de oportunidades e contribuindo para a redução das barreiras de entrada nos diversos negócios. Esta dinâmica de mercado vem acompanhada com mudanças significativas do perfil do cliente que ganha maior poder de compra e de definir como quer ser atendido. Isto tudo deriva uma forte pressão por menores ciclos de desenvolvimento de novos produtos e serviços, necessariamente inovadores dado o ambiente altamente competitivo atual. Assim, as práticas ágeis encontraram um terreno fértil para prosperar. Organizações ágeis são caracterizadas por uma rede de equipes que atuam em ciclos rápidos de aprendizado e tomada de decisões. Nas organizações tradicionais, os órgãos de governança estão no topo e os direitos de decisão fluem hierarquia abaixo. Por sua vez, organizações ágeis definem um propósito comum e conferem autonomia de decisão às equipes mais próximas das informações. Idealmente, uma organização ágil é capaz de combinar velocidade e adaptabilidade com estabilidade e eficiência. Para compreender e embarcar nesta jornada no sentido da agilidade de negócios (business agility), observa-se algumas marcas registradas. Vamos inicialmente explorar algumas das características fundamentais de empresas ágeis de alta performance. 5 marcas registradas das organizações ágeis de alta performance Dentro da agilidade organizacional, existem cinco pontos que tornam uma organização bem-sucedida ao implementar o Agile e suas ferramentas. Você saberia dizer quais são esses aspectos? Além das soft skills, sobre as quais já falamos em outras postagens, é fundamental mesclar outros aspectos para ter os melhores resultados. Quando eles são mesclados e implementados em toda a organização, e as pessoas, em todos os níveis, entendem esses conceitos e trabalham para fazê-los funcionar. A seguir, veja os 5 pontos em comum às organizações ágeis bem-sucedidas! 1. Mentalidade aplicada à geração constante de valor Organizações ágeis sempre reinventam a forma de criar valor. Seu foco é constante no cliente, que precisa ter suas necessidades atendidas em todo o ciclo de vida. Há, ainda, uma preocupação constante em trazer benefícios a pessoas relacionadas à empresa (funcionários, investidores, parceiros e comunidades). Para gerarem valor constantemente, muitas empresas apostam na integração de parceiros externos (outsourcing). Com esses modelos de negócios inovadores e modulares, há mais variedade e personalização. Uma dica é definir um propósito e visão compartilhados - uma “Estrela do Norte”. Isso ajuda as pessoas a se sentirem pessoal e emocionalmente valorizadas. Essa diretriz serve como uma referência quando os clientes escolhem onde comprar, os funcionários decidem onde trabalhar e os parceiros decidem onde se envolver. Nesse tipo de negócio, há mais feedback e contribuições das partes interessadas de várias maneiras (por exemplo, análises de produtos, crowdsourcing e hackathons). Essas empresas também podem alocar recursos de maneira flexível e rápida para onde são mais necessários. Empresas como Google, Tesla e Whole Foods examinam constantemente esses aspectos. Elas avaliam regularmente o progresso das iniciativas e decidem se devem aumentá-las ou encerrá-las, usando processos padronizados e rápidos de alocação de recursos para transferir pessoas, tecnologia e capital. 2. Rede de equipes capacitadas e autônomas Em vez de acreditar que muitas pessoas trabalhando em conjunto seja caótico, organizações que implementam bem o Agile creem que, com responsabilidades claras, as pessoas serão naturalmente engajadas e cuidarão umas das outras. Empresas ágeis mantêm uma estrutura de nível superior estável, mas substituem grande parte da hierarquia tradicional restante por uma rede flexível e escalonável de equipes. Para construir organizações ágeis, os líderes precisam entender as redes humanas (empresariais e sociais), como projetá-las e construí-las, como colaborar entre elas e como nutri-las e sustentá-las. Uma organização ágil compreende uma densa rede de equipes capacitadas que operam com altos padrões de:
3. Decisões rápidas e ciclos de aprendizado Organizações que entendem que o ambiente no qual vivem está em constante evolução sabem que a melhor forma de minimizar riscos e ter sucesso é abraçar a incerteza e ser o mais rápido produtivo e inovador possível. Neste ambiente, a latência reduzida na tomada de decisão é um dos fatores críticos para o sucesso no negócio. Isto não significa fazer as coisas com pressa e sem as devidas análises de riscos. Empresas ágeis trabalham com ciclos rápidos de pensamento e ação, que estão intimamente alinhados ao seu processo de criatividade e realização. Isso inclui a implantação, por exemplo, de Design Thinking, operações enxutas ou desenvolvimento ágil. Essa forma de trabalho de ciclo rápido pode afetar todos os níveis. No nível da equipe, as organizações ágeis repensam radicalmente o modelo de trabalho, afastando-se das abordagens de gerenciamento de projetos em “cascata” e “estágios”. No nível corporativo, eles usam o modelo de ciclo rápido para acelerar o pensamento estratégico e a execução. Em vez do planejamento, orçamento e revisão anuais tradicionais, algumas organizações estão mudando para ciclos trimestrais e sistemas de gerenciamento dinâmicos. 4. Pessoas e modelos que inspirem Em vez de acreditar que os resultados só serão alcançados com ação direta dos líderes, especificando cada ação, as organizações ágeis bem-sucedidas fazem o inverso. Elas dão a liberdade e a autonomia aos colaboradores para agirem de acordo com os propósitos e visão da empresa. Uma organização ágil coloca as pessoas no centro e engaja os colaboradores de diversas maneiras. Uma das formas é apostar em lideranças que capacitam e desenvolvem os times, estimulando a construção e o reforço de habilidades necessárias. Líderes, nestas empresas, são, em vez de gestores, diretores e controladores, uma espécie de visionários e treinadores que capacitam as pessoas com as competências mais relevantes para que possam liderar, colaborar e entregar resultados excepcionais. Esses líderes são catalisadores, que motivam as pessoas a agirem de maneira orientada para a equipe e a se envolver na tomada de decisões estratégicas e organizacionais. O desenvolvimento de talentos em um modelo ágil envolve a construção de novos recursos por meio de experiências variadas. As organizações ágeis permitem e esperam a mobilidade de funções, em que os funcionários se movem regularmente (tanto horizontal quanto verticalmente) entre funções e equipes, com base em seus objetivos de desenvolvimento pessoal. 5. Tecnologias habilitadoras Organizações ágeis investem e integram a tecnologia como um meio de gerar valor e permitir reações rápidas às necessidades de negócios e das partes interessadas. Neste cenário, produtos e serviços tradicionais provavelmente precisarão ser digitalizados ou habilitados digitalmente. Os processos operacionais também terão que evoluir contínua e rapidamente, o que exigirá arquitetura de tecnologia, sistemas e ferramentas em evolução. A implementação da arquitetura de software baseada em módulos permite que as equipes usem com eficácia tecnologias que outras unidades desenvolveram. Isso minimiza as transferências e interdependências que podem desacelerar os ciclos de produção, por exemplo. Para que tudo isso funcione, a tecnologia deve incorporar progressivamente novas inovações técnicas, como contêineres, arquiteturas de micro serviços e armazenamento e serviços baseados em nuvem. Para projetar, construir, implementar e oferecer suporte a essas novas tecnologias, as organizações ágeis integram uma variedade de práticas de desenvolvimento e entrega de tecnologia de próxima geração aos negócios. Um exemplo são as equipes multifuncionais, que são responsáveis por:
Analisando os cinco pontos listados acima, como você considera a sua organização? Está no caminho para ser um exemplo em termos de Agile ou precisa evoluir alguns pontos? Nos procure sem compromisso para conversarmos e assim, verificar como podemos ajudar
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